quinta-feira, 3 de março de 2011

O Discurso do Rei

Algumas coisas me são curiosamente interessantes. Interessantes para pararmos e atentarmos para a especificidade e a unicidade destas coisas. Um dos meus maiores prazeres, e que me permite experienciar estas "coisas curiosamente interessantes", são os quebra-cabeças. Em meio ao caos de peças desmontadas e desconectadas, destaca-se como "coisa curiosamente interessante" a peça que se permite encontrar e fazer par com outra igualmente e perdida e encontrada.
Este encaixe de expectativas e perspectivas que se revela com a naturalidade do óbvio.
Bem, esta introdução prá falar do "Discurso de um Rei", o filme premiado com alguns Oscar's, e que mesmo sem a genialidade prometida pela premiação, me tocou neste aspecto, na "coisa curiosamente interessante".
Talvez porque o filme não trate do óbvio, do então esperado e reverenciado, mas trate do que se esconde e que por vezes é tão pouco importante.
As peças de um quebra-cabeça são todas igualmente importantes, a cada momento cada uma delas ocupará o seu espaço, valerá pelo simples fato de estar lá, para o seu propósito, e servirá com a precisão de algo que já existiu daquele jeito e que por isso, retornará a este estado.
"O Discurso de um Rei" me tocou justamente no aspecto que reconstitui este estado de seres igualmente importantes, nem mais nem menos, sobrepostas, encaixadas, doando e recebendo ao mesmo tempo, como deve ser nas nossas relações.
A fraqueza que não precisa ser encoberta... ao menos, não para todos, não o tempo todo.
Prá mim é curiosamente interessante perceber as conquistas pessoais, sejam elas quais forem, são igualmente conquistas. Terão a importância de uma conquista, e cada qual poderá medir para si este valor. É delicioso vibrar com a conquista que não é nossa, ou talvez e melhor dizendo, não é "somente" nossa.
Este é um filme simples, que merece um olhar simples.  

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