domingo, 11 de julho de 2010

Volver a los Diecisiete

Ouvi...

Voltar aos dezessete depois de viver um século
É como decifrar signos sem ser sábio competente
Voltar para subitamente, ser tão frágil como um segundo
Voltar a sentir profundo como uma criança diante de Deus
Isso é o que eu sinto neste momento fecundo.
(Tradução livre de Violeta Parra - Volver a los Diecisiete)

Que foi que fiz ou não fiz simplesmente... que momento fecundo, que me faz deparar com tão pouco.
Aos dezessete, aos vinte, aos vinte e três, aos trinta, e tantos mais, e eu nada fiz...
Terá valido algo, terá?
Agora a memória me trai, há de ter havido algo bom, há ter valido algo, há de ter valido por um momento só, mas algo há, algo há que há valido a pena.
Lembrar é o que conta, mas se não lembro eu, alguém lembrará, se não valeu por mim, há de ter valido para alguém, há de ter valido.
Volver não faz sentir melhor, pior sem fim, os horrores das dores que já passei, não quero mais, muito embora, muitas delas cá estão.
Aos dez talvez, não sei mais, antes ainda, terá valido algum dia.
A dor que não vai, que nunca vai, apegada a vida como alguém que dela depende, que sente junto, que sente igual, tal dor, tal vida, tal qual le toma pela mano, le sigue por la calle, le sigue por la ruta, le sigue por el cendero, le sigue para siempre.
Um sopro, isso é tudo, tão pouco é tão tudo. Tudo é muita coisa, tudo é tudo.

Um comentário:

  1. vamu lá, todo mundo cantando junto:
    "Se va enredando, enredando
    Como en el muro la hiedra
    Y va brotando, brotando
    Como el MOSQUITO en la piedra
    Como el MOSQUITO en la piedra, ay si, si, si."

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