segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Como Esquecer

Outro dia quando fui à Bienal, ouvi várias vezes as pessoas se expressarem: "Mas isto é arte??", e pensando um pouco nisto, fico a tentar responder o que é arte. Arrisco-me a dizer o que é arte prá mim, num sentido muito particular do que me move, do que me provoca, do que me incomoda e me tira deste lugar comum. Penso que arte seja tudo aquilo que nos leva a nos enxergarmos no "isso", no "aquilo", na pedra pendurada, na pintura borrada, na cadeira abandonada num canto, e sem dúvida, nos personagens de um filme.
Hoje vi "Como Esquecer"... não pontuado por uma interrogação, mas que me levou a isso.
Numa história prá todos nós, o tema central do filme é a dor.
Falar de dor é difícil, senti-la é inevitável, superá-la é um feito.
Mas, encontrar-se na dor alheia, isso é arte. Na dor da Júlia, na dor do Hugo, da Lisa, da Helena. As nossas dores estão lá representadas, todas elas. O roteiro caminha por caminhos que já trilhamos em nossas tentativas de superar nossas dores. A plástica do filme é muito bonita, a provocação é tenaz, aproxima, nos leva junto, deita, come.
Como naqueles jantares em que a saladinha faz mais sucesso que o prato principal, Ana Paula Arósio poupou nos temperos e deixou prá Arieta Corrêa o lugar mais pretencioso e ousado.
O filme mantém a elegância de um argentino dançando tango. Me vi em várias cenas, me vi em todas elas.
Um filme prá ser visto e sentido.

fonte foto: http://comoesquecer.wordpress.com/ (blog oficial do filme)

2 comentários:

  1. Não vi o filme ainda... mas sua descrição fez surgir em mim uma vontade imensa de vê-lo e derrepente me encontrar nos personagens do filme. Adorei o texto...isso é arte!

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  2. E eu gostei que vc gostou... apareça sempre e vá ver o filme... bj querido.

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